terça-feira, 21 de abril de 2015
Atualização
quem aqui escreve é o Pedro, filho da Angela. Há mais de um ano que nada novo é postado aqui (o último post, com data de junho, foi escrito parte em janeiro, parte em março de 2014).
Resolvi falar agora, tanto tempo depois, porque vi no meu email um comentário da Cláudia (obrigado, pelo carinho, Cláudia!) querendo saber da minha mãe, já que há tempos que não damos notícia.
Peço desculpa para quem não soube, mas ela faleceu em novembro de 2014. Não avisei aqui porque como este blog foi criado para que ela escrevesse o que lhe viesse à cabeça e achava que só os amigos leriam, eu pensei que todos os leitores já tinham ficado sabendo o que aconteceu. De qualquer forma, fico feliz que seus depoimentos tenham alcançado inclusive pessoas que não a conheciam. Espero que, de alguma forma, essa história tenha feito diferença.
Para aqueles que também não sabem, escrevi um livro ano passado, de abril a outubro (pouco antes de ela falecer), contando a história de vida da minha mãe desde a infância. O foco é de 2005 até sua morte (o capítulo final foi escrito somente em janeiro, após seu falecimento), com objetivo de mostrar para pessoas doentes e amigos/familiares dessas pessoas que um diagnóstico de câncer não deve funcionar como uma sentença de morte. Muito pelo contrário, é possível viver uma vida excelente mesmo com essa infeliz doença nos acompanhando. Foi o caso de minha mãe, que na última década de vida viajou, profissionalizou sua clínica, iniciou uma nova carreira, dentre outras tantas coisas, sem jamais perder o riso, o bom humor, a alegria e a vontade de viver.
Espero, em breve, conseguir lançar esse livro. Postarei aqui novidades e, é claro, convidarei todo mundo para o evento de lançamento. Afinal, de alguma forma, todos fizeram parte dessa história, nem que fosse acompanhando e torcendo.
Muito obrigado pelo carinho que sempre tiveram com minha mãe.
Um beijo em todos.
Pedro Varella
segunda-feira, 30 de junho de 2014
FÉRIAS DE QUIMIOTERAPIA!
sexta-feira, 8 de novembro de 2013
Saga absurda com Italínea
São 11:20h, estou aguardando uns montadores de móveis que deveriam ter chegado às 9 horas e com tanta raiva que resolvi escrever minha saga vivida com a Italínea há exatos nove meses. Uma gestação.
Dia 28 de fevereiro assinei um contrato com a Italínea Tijuca, da Conde de Bonfim 496, que incluía armários de cozinha e de quarto. Combinamos o pagamento com o preço à vista.
Como iniciaria a obra do meu apartamento no mês seguinte, daria tempo suficiente para que os móveis ficassem prontos, mesmo com o prazo de entrega dado pela loja – 45 dias úteis.
Logo na semana seguinte desisti de um dos armários do quarto e fiquei com um crédito.
Em abril decidi o que queria e fiz novo projeto com a loja usando o crédito que ainda possuía. Ficou claro para mim que este observaria novo prazo de entrega a partir daquele momento. Mais do que justo.
Como minha reforma estava atrasada - a previsão de meados de maio da obra não seria cumprida tão cedo e como o prazo da Italínea era maio e julho, para a primeira e a segunda encomenda, respectivamente, não me preocupei. Em julho avisei que poderiam entregar os dois pedidos – pretendia me mudar no início de agosto.
Não imaginava, mas a primeira encomenda, que considerava pronta, só depois de muitos telefonemas, visitas à loja e ameaça de ir à justiça, me foi entregue na última semana de agosto! Apenas a primeira parte da compra, a que foi feita em fevereiro.
A mudança aconteceu em 2 de setembro e, desde então, insisto com a Italínea para que me entreguem a segunda parte da compra.
Para minha surpresa, dia 4 de outubro, recebi uma ligação da vendedora. Queria saber se eu preferia que minha encomenda fosse feita no depósito, “o que não garantiria um trabalho bem feito”, ou na fábrica, o que demandaria um pouco mais de tempo – um mês.
A princípio não acreditei e perguntei se tinha que escolher entre o mal feito e o mais atrasado de uma encomenda que havia feito há mais de mais de cinco meses!
Pensei em desistir de tudo, mas passados oito meses do pagamento, o valor da devolução não seria suficiente para eu comprar móveis equivalentes em qualquer outro lugar e talvez não conseguisse o acabamento de cama do mesmo padrão.
Acabei optando por mais atraso, já que ela mesma não garantia a qualidade do trabalho feito pela montadora. Desliguei com a sensação de ser refém de uma situação surreal da qual jamais imaginei passar.
O prazo de um mês chegou, aliás, passou.
Marcaram a entrega para dia 5 e a montagem dia 12. Nem acreditei! Ainda teria que ficar uma semana com material pela casa aguardando finalizarem o trabalho!
Bati pé e consegui que agendassem para o dia seguinte, ontem. Marcaram às 9 horas. Não fui trabalhar e esperei. Às 10 ligam que não seria possível antes das 12 horas.
Como até 13:40 não havia sinal de montador, liguei e cobrei. Uma hora depois chegou um funcionário só para me calar. Passou uma hora aqui, colou umas peças e se despediu jurando que voltariam, o colega e ele, hoje às 9 horas.
Ontem e hoje não fui trabalhar por conta disso. São 11:30h e nada.
Nunca vivi uma história assim, onde parece que nada contribui para soluções, mas que um monte de incompetências somadas deram nisso.
Sei o quanto já me estressei com o assunto - o que devo evitar pela saúde -, e é o único motivo que fez com que eu não fosse à justiça. Não mereço o preço da aporrinhação e do tempo gasto com a briga. Eu só queria fazer tudo com calma para evitar aborrecimentos e foi só o que consegui comprando nessa loja.
Se eu soubesse o que sei agora...
segunda-feira, 14 de outubro de 2013
Passei no exame!!!
Pronto! Já fiz o exame, sobrevivi ao tempo de espera do resultado e cá estou, leve e aliviada com tudo. Graças a Deus não houve nem um milímetro de aumento dos tumores, nem do fígado nem dos pulmões e o Mauro Zukin parecia tão mais animado que eu, que acabou me contagiando.
Ficou super feliz de estarem estáveis que me liberou para fazer planos para o ano que vem – quer dizer, para executá-los, já que os planos já existem... Quero ir a Portugal e à Espanha com a Lucy e ficar um mês na França com a Julia, minha amiga de infância.
O Mauro insiste para eu escrever no blog do COI, porque meu caso não é comum – pelas contas da medicina já era para eu ter morrido há sete anos, mas tenho sido mais teimosa que a morte e não tenho a menor curiosidade de encará-la – e nem pressa. Está muito bom por aqui.
Pedro está vendo um DVD com amigos, na sala. Isso nunca aconteceu no último apartamento. Temos tido uma ótima relação com essa casa.
Agora mesmo acabou o jogo Flamengo - Botafogo e é tanta festa pela rua! Que espetáculo lindo o povo descendo as rampas do Maracanã e caminhando pelas ruas cantando, tudo na maior paz! E olhe que o Flamengo perdeu de 2 x 1!
Tenho andado bem caseira e para falar a verdade não tenho tido muita paciência de conversar, de ir ao cinema, de sair. Falei tanto da minha mãe que quase não vai à rua que estou ficando igual. Ê boca!
Tenho consciência do quanto preciso me exercitar para aumentar o fôlego, mas e a preguiça de fazer esteira? E para completar o quadro, o cara da obra colocou a tomada da esteira de tal modo que ela só liga se ficar a 20 cm da parede. Imagine só fazer essa chatice de cara para uma parede? Ninguém merece!
Sumi, mas não morri
Nossa! Faz tanto tempo que não venho por aqui! Foram coisas acumuladas que não sei nem por onde começar – mas vou tentar.
Passei os últimos seis meses tocando a obra do apartamento para onde nos mudamos, Pedro e eu, no dia 2 de setembro. Isso porque marquei uma data e a impus ao empreiteiro. O resultado foi que moramos por doze dias nós e eles, os peões que finalizaram o serviço.
Dia 12 decretei o fim dos serviços, apesar de ainda não terem terminado tudo. Além de não aguentar mais, iria viajar para São Paulo no dia seguinte para conhecer a nova casa da minha amiga querida, Angela Santos.
Foi um desastre!
Acho que depois de tantos meses de estresse, cansaço físico e certa fraqueza pela quimioterapia, que continua até hoje, quando mudei de cenário, pifei. Dei tilt. Surtei.
Cheguei tão cansada na casa dela que não aguentei fazer qualquer dos programas maravilhosos que ela havia reservado, como teatro e uma feira de arte alí em Pinheiros.
Na sexta Angela nos levou para um almoço no Rubaiyat Figueira, restaurante que queríamos muito conhecer, Fátima e eu, a comadre responsável pela minha ida, já que havia comprado nosso bilhete há dois meses!
Eu estava enjoadíssima e nem pedimos carne, o carro-chefe da casa.
Dormi a tarde toda e preferi não sair à noite. Angela, Fátima e eu tomamos uma sopa, elas beberam um vinho delicioso, e cama!
Lá pelas 4 horas da manhã fui acordada por uma dor no peito tão grande e que foi aumentando tanto, que chegou a ponto de me causar medo de estar enfartando. Acordei a Angela que saiu do quarto pronta para me levar para um hospital.
Só de não estar sozinha fui me acalmando e percebi que doía muito na inspiração, como se meu esterno fosse rasgado. Ela me deu um saco de água quente para colocar sobre o local, tomei um analgésico e continuei deitada. Acabei dormindo até de manhã e meu enfarto fajuto passou com calor e aspirina!
Passei o fim de semana ainda enjoada e no dia seguinte à minha volta fiz quimioterapia. Isso faz 15 dias e dessa vez não me aprumei fácil. Até ontem me sentia bastante enjoada, fraca, sem a menor vontade de sair, de conversar, da nada!
Hoje me dei conta que isso geralmente acontece quando vai chegando a época de repetir a Tomografia para reavaliar se houve melhora ou não no câncer. E será daqui a dois dias o exame, mas desde que o agendo, dá essa insegurança.
quarta-feira, 24 de julho de 2013
Eu vi o Papa!
terça-feira, 9 de julho de 2013
Viver para lembrar
Sexta-feira passada deveria ter feito minha quimioterapia, mas nem me lembrei de fazer o exame de sangue, dois dias antes, que indica se estou em condições de me submeter ao tratamento. Freud explica...
Opatija |
quinta-feira, 27 de junho de 2013
Não se mexe em time que está ganhando
quarta-feira, 26 de junho de 2013
Cheguei!
Domingo minhas amigas foram para Portugal, onde passarão três dias, e eu voei para Madri. Cheguei às oito da noite ainda com sol e a tempo de dar a última volta pela cidade naqueles ônibus de turismo, além de comer tapas de presunto Ibérico, queijo e pão com tomate e azeite. E uma taça de vinho tinto, que ninguém é de ferro.
Na segunda-feira embarquei de volta para casa num voo diurno, onde o tempo parece não passar, mas por sorte tive como companhia uma mineira de Belo Horizonte, a Maria Marta, de quem, depois de dez horas de conversa, virei amiga de infância!
Com uma diferença de fuso horário de cinco horas, entrei em casa, telefonei para mãe, irmão e irmã e capotei! Para mim já eram duas da manhã e já não me aguentava de pé.
Acordei revigorada para encarar a volta à rotina da minha vida, nem tão rotina assim. Telefonei cedo para a Rita, minha dentista do coração, pedindo socorro urgente, já que no segundo dia fora do Brasil havia quebrado um dente molar na vertical e fiquei apavorada que viesse a doer. Imagine ter que procurar ajuda na Croácia! Já estou de boca nova e ficou ótimo. Ela é uma artista!
Vou dormir. Meus olhos insistem em fechar e estou perdendo para eles. O dia foi curto. São oito horas da noite e para mim já deu, vou dormir.
...
Bom dia! São seis horas e desde quatro e meia da madrugada estou acordada. Resolvi escrever em vez de continuar a rolar na cama.
Ontem estava tão bem disposta, tão animada e revigorada que já quero pensar na próxima viagem, mas vou levar muito em conta o clima da época, pois desta vez errei feio ao fazer a mala.
Quando resolvi ir, doze dias antes do embarque, a temperatura por lá variava de 11 a 18 graus. Comprei blusas de malha de manga comprida que com uma pashmina ou casaco. Uma semana depois a variação era de 15 a 22. Coloquei blusas de manga curta na mala. Pois quando chegamos lá, era a filial do inferno. Chegou a 33 graus e não é um locar arborizado, com sombras e foi um sol na cabeça de rachar! Os oito dias foram de céu completamente limpo e azul.
Como eu, muita gente com roupa inadequada. Em Slit, a segunda maior cidade do país, fomos visitar os subterrâneos do palácio do imperador Diocleciano e logo ao entrar senti um cheiro fortíssimo de mofo que me fez imediatamente sacar a máscara que levei para me proteger ou no avião ou em casos como esse. Depois da terceira sala visitada desisti e saí em busca de ar.
O lugar é muito interessante ainda mais por ter sido construído há séculos.
Aproveitei a fuga e fui em busca de uma bermuda que substituísse minhas calças compridas, que já estavam correndo o risco de serem cortadas. Achei uma saia na Zara – lá também tem Zara – daquelas modernas com alguns rasgos. Foi a solução para o meu calor, mas por sorte só faltavam quatro dias de excursão e os rasgos, que pouco a pouco aumentavam, se tornaram buracos!
Seguem as fotos do subterrâneo mofado e da minha saia furada, enquanto “um urso me atacava...”
quarta-feira, 19 de junho de 2013
Croácia
Meus pes ficam com edema ao fim do dia e prefiro descansar para poder aguentar o dia seguinte. Estou administrando muito bem meu corpo, obedecendo aos limites.