quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Flávia, minha irmã

Hoje faz 7 anos que minha irmã caçula, Flávia, faleceu – 13 de fevereiro de 2006. Tinha 46 anos.

Começou a não se sentir bem logo depois do Natal, sentia-se super mal, não queria comer nada o que, no caso dela, era um sinal de que alguma coisa ia MUITO errada!

Nossa fada-madrinha, a homeopata Fátima Vervloet, examinou-a, não gostou muito do que sentiu e pediu logo um ultra-som - não tenho certeza de que o exame tenha sido esse.

Foi diagnosticado um câncer de fígado.

Ela e minha mãe se mudaram para minha casa e ela piorava a cada dia. Já não queria ficar nem sentada, só deitada, sem vontade alguma de se alimentar, de conversar, de nada!

Quem a conheceu sabe o quanto ela era esperta, apesar da sua deficiência intelectual – Flávia sofreu anóxia na hora do nascimento e teve paralisia cerebral, mas era muito independente. Não sabia ler nem escrever, mas fazia algumas compras na padaria, tomava o ônibus certo para ir até a Praça Saes Peña para pegar a condução da APAE, tinha suas manias e era muito, mas muito engraçada! E esperta!

Um dia, nessa época em que esteve lá em casa, pediu um remédio para melhorar – coisa impossível naquela situação. Decidi lhe dar umas balas de TIC-TAC sem que ela percebesse o que era. Ainda pedi que não as mastigasse. Depois de comer as pastilhas, virou-se para mim e pediu: -“ Me dá mais um remedinho TIC-TAC?” Foi uma gargalhada só!

Resolvemos contratar enfermeira para dormir com ela, pois passávamos o dia ao seu lado atendendo no que quer que fosse e à noite estávamos exaustas.

Um dia ela estava se sentindo muito mal e não conseguia mais ficar de pé. Nossa irmã Denise e eu a colocamos em uma cadeira de rodinhas de escritório e, junto com a mamãe, a levamos para o Barra D’Or. Passamos a tarde com ela, na emergência, mas à noite conseguiram uma vaga para internação no Hospital São Sebastião, em Laranjeiras. Fui junto na ambulância e ela estava muito incomodada com o sacolejar e a sirene.

Não tínhamos a noção da gravidade até que a Fátima Vervloet chegou, leu o exame de sangue feito naquele dia e nos disse que era muito grave, que seria uma questão de pouco tempo. Quanto? No máximo algumas horas...

Menos de duas horas depois Flávia faleceu.

Exatamente no ano seguinte, dia 13, faleceu meu compadre Aníbal, marido da Nany, pai da Rachel e do Sandro, de quem ela gostava muito. Eu tive certeza absoluta que ela o receberia com sua risada e fazendo muita festa, como era seu jeito feliz de sempre!

Muita saudade de você, Fifa.

7 comentários:

  1. Posso ouvir ela gargalhando de felicidade abraçada com seus LPs. CVarella

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  2. Deu saudade da Fifa...Mas acho que aconteceu tudo certo - seria impossivel administrar longo tempo de tratamento com ela,não?Lembro que qdo fui visita-la,tive que deitar na cama do hospital pq ela só queria ficar na cama do acompanhante...Era a clara demonstração de que doença e Fifa não combinavam mesmo...O bom é que,apesar da saudade,lembrar dela é ter vontade de rir imediatamente.

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  3. Adoro ler o seu blog, pois sempre relembramos de momentos especiais!
    Fifa me remete aqueles Natais com Papai Noel que ela adorava.
    Beijos amiga,

    Ana Paula Goes

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  4. Bia, passei seu blog para meus filhos, como um presente muito valioso, de mãe para filho.
    As duas mulheres já estão acompanhando e adorando. Meu filho não fez ainda nenhum comentário.
    TÔ contigo e não abro!
    Beijo,
    Tânia Terra

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  5. Minha querida amiga,
    Fiz alguns comentários anteriores pelo iphone e a minha inexperiência com "blogs" me deixou, desavisadamente, escrever sem antes me inscrever.
    Fiquei triste, quando vi, que eles não tinham sido registrados. Mas não tem nada... O que importa é que, mais uma vez, estou encantada com tudo o que vem de você... Encantada com sua plena beleza, capaz de nos envolver com a graça, a emoção e a riqueza de destalhes que imprime nos seus textos...
    Obrigada por esta chance de estar mais perto de você, mesmo que de longe, realmente, tem sido um imenso prazer ...
    Não se esqueça nunca do meu carinho infinito.
    Beijos
    Dê ( Denise de Freitas Coutinho P Amaral )

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  6. Amiga, reaLmente, a Flávia era muito gaiata, um alegria só. Tenho certeza que ela esta alegrando o povo la em Cima. Lembro que quando ela já estava doente me pediu de presente um CD de novela. Como ela adorava novelas, Lembra? Saudades dela. Bjs
    Ps: Finalmente, consegui comentar no blog. Eba!

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  7. Essa era a Fifa! Lembro dela sempre sorrindo e divertida. Sem dúvida conforta saber que ela estaria lá para receber meu pai no céu! beijos Rachel Lima

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