Desde que começaram a chegar ao
Rio os jovens vindos do mundo inteiro e juntando-se aos nossos, existe na
cidade uma alegria que se multiplica, contagia e nos faz sorrir só de vê-los pela
televisão ou pelas ruas.
Eles andam em bandos, cantam e
dançam em todo lugar, não têm vergonha nem censura. Estão vivendo num estado de
pura euforia. Eu já fui assim.
Hoje senti saudades de uma Angela
Beatriz que existiu há muito tempo, na época em que participava dos Encontros de
jovens do Colégio Santa Úrsula e São Bento e tinha fé, muita fé.
Era um sentimento de comunhão com
a humanidade, com as pessoas próximas e as desconhecidas, com a natureza, com o Universo que parecia ecoar
em mim a sua beleza, suas cores e seu ritmo.
Tenho uma lembrança bem nítida de
uma vez estar no intervalo do curso Vetor, na rua General Roca, e olhar para o
morro do Salgueiro – naquele tempo havia muito mais verde em volta das construções
– e sentir com absoluta certeza a existência de Deus. Quem, a não ser Ele,
poderia ter criado aquela montanha, aquele céu azul ou aquela divina obra de arte?
E olhe que a tal montanha não era
exatamente uma paisagem especial de cartão postal...
O sentimento estava dentro de
mim. Meu coração estava aberto para ver a beleza e perceber sutilezas.
Meu pai costumava dizer que a
ofensa está mais no ouvido de quem ouve do que na boca de quem fala. São os nossos
sentimentos que ditam o sentido do que ouvimos e a qualidade do que vemos. E eu
só via beleza.
O Papa está resgatando na
população valores preciosos e reprimidos pela sensação de impotência, pela
falta de respeito e até deboche com que a população é tratada por seus governantes.
E a garotada o está ajudando!
Fui me empolgando nesses últimos
dias, mas como detesto aglomeração, nem pensei em ir atrás do Papa. Mas acabei
indo!
Lucy me chamou para assistir com
ela e o Paulo, seu irmão, a passagem dele a caminho de um Hospital na Usina. Lá
fui eu.
Exatamente em frente à casa dela
não tem árvores e a visão é completamente livre e próxima, já que ela mora no
primeiro andar de um prédio na Conde de Bonfim. Chovia todo o tempo, mas os
voluntários e o povo, incluindo nós, estavam a postos e prontos para a passagem
da comitiva.
E lá vêm os batedores!
Só eles.
Mais uns minutos e outros
batedores! E a comitiva atrás! Primeiro o carro preto e, colado nele, o Idea
cinza onde estava o Papa!!!
Estava com a janela aberta,
acenando e sorrindo, e posso jurar que era para mim! Minha sensação foi essa,
mas aposto que cada um ao longo do trajeto também deve ter se sentido na mira
do Pontífice – abençoado e feliz!
Foi tão bonito tê-lo visto de
perto – no máximo há uns dez metros – que a gente pulava, gritava e me arrepiei
toda de emoção.
Biam fico feliz por você. Estou admirada com o Papa e o up-grade que a igreja fez com a renúncia do antecessor.
ResponderExcluirA ex-babá de meus filhos, que mora comigo, foi, fez vigília, dormiu no calçadão e veio energizada e feliz.
Beijo,
Tânia